terça-feira, 22 de janeiro de 2013


OS PRIMEIROS DIAS DOS PREFEITOS DO AGRESTE

É muito cedo para julgar os novos prefeitos do Agreste Meridional. Eles só tiveram 21 dias para mostrar serviço e foram eleitos para governar quatro anos. Fazer qualquer avaliação antes de seis meses me parece pura precipitação.

Alguns leitores têm reclamado, anonimamente, do nepotismo em algumas cidades, como Caetés, Lajedo e Bom Conselho.

Nunca fui favorável ao empreguismo exagerado de parentes, mas acho que dá para tolerar um ou dois no primeiro escalão se existe preparo por parte do escolhido (a).

E acontece também que na maioria das cidades pequenas normalmente duas ou três família dominam a cena política. E ninguém vai nomear o adversário para cargos chaves da administração, não é verdade?

O ideal porém é tentar evitar o nepotismo. A prática tem mostrado que muitas vezes os parentes mais prejudicam do que ajudam o gestor.

Garanhuns, felizmente, não tem esse problema. Izaías não nomeou ninguém da família para o governo e sua esposa, Socorro, presta serviços na Secretaria de Assistência Social voluntariamente, sem remuneração do município.

O gestor que tem enfrentado mais resistência, neste início, tem sido a prefeita Débora Almeida, em São Bento do Una. Pode ser porque lá tem um líder oposicionista forte, Washington Cadete, ou porque ela está sucedendo um governante extremamente bem sucedido na gestão, que foi padre Aldo Mariano.

O contato pessoal que tive com a Dra. Débora foi muito bom. A socialista me parece uma pessoa doce, educada e muito bem intencionada. O problema é que essas qualidades, em política, às vezes não representam muita coisa. Precisa ser pragmático, flexível, estar antenado com as demandas populares.

A prefeita desagradou muitos dos que votaram nela na escolha dos secretários e a insatisfação aparece de novo quando limita o apoio dado aos estudantes universitários, jovens que fazem faculdade em Belo Jardim ou Garanhuns.

Os alunos, que fazem seus cursos com dificuldades, raciocinam de uma maneira muito simples: “Se padre Aldo pôde pagar o transporte durante oito anos, por que ela não pode”?

Ser legalista demais, economizar certos recursos, nos municípios do interior do Nordeste pode ser um tiro no pé, do ponto de vista político.

Dudu, em Capoeiras, é um bom exemplo dessa situação. Trabalhou bastante, principalmente para o homem da zona rural, quis fazer tudo sempre dentro da Lei e terminou perdendo a eleição por uma diferença bem pequena. Bastava ter tirado dois auxiliares criticados pela população, ter cooptado algumas lideranças de peso ou evitado a saída do seu grupo de um bom candidato a vereador, e talvez o resultado tivesse sido diferente.

Política, é sempre bom repetir, é pra quem é do ramo. Rossine antes de se eleger prefeito foi vereador em Lajedo. Armando exerceu quatro mandatos na Câmara Municipal de Caetés. Ricardo Alves é filho de ex-deputado e seu tio foi prefeito em Saloá. Izaías Régis faz política desde os tempos do CDL e ACIG e foi deputado 10 anos. Essa experiência vai ajudar muito cada um desses gestores, que ao longo do tempo vão sabendo lidar com muito jogo de cintura com o eleitor, os vereadores, os empresários, os auxiliares, enfim todos presentes no jogo político.

Quem estiver no caminho certo procure manter as estratégias que conduzem a uma administração bem sucedida. Quem errar não custa fazer autocrítica, corrigir os rumos. Tem prefeitos que acertam na macro política e se perdem nos pequenos detalhes. É preciso fazer bem os dois.

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